Recentemente dei uma entrevista ao jornal quinzenal Tribuna Portuguesa (1 de Fevereiro) em que tive a oportunidade de definir os princípios que orientam esta Coordenação. No entanto, gostaria de voltar a referir brevemente o quadro legal em que tenho de me mover.
Talvez já estejam a pensar que é um exagero da minha parte estar sempre a falar de leis. Será sinal de muita parra e pouca uva? Ora, eu não gosto mais de decretos e portarias do que a maior parte das pessoas, e se fosse possível entendermo-nos sem termos de ir buscá-los para apoiar as nossas acções, tanto melhor. Mas na verdade, no nosso tipo de sociedade, as coisas não se passam assim, pois a actividade individual deve ser orientada por regras que servem para todos.
Claro que essas regras podem e devem ser melhoradas e alteradas quando as realidades mudam, ou quando ficou provado que o caminho seguido anteriormente não dava bons resultados. Talvez seja esta uma das melhores qualidades do ser humano - está sempre a aprender e está sempre a tempo de emendar a mão. O problema pode colocar-se quando já existe um número considerável de emendas e é então necessário haver alguém que se disponha a voltar um pouco atrás, para que se entenda a forma como se pode traçar o caminho daí para a frente. Ou seja, alguém que ajude a traduzir o tal quadro legal - por vezes bastante confuso - em acções práticas de todos os dias.
Para ilustrar este ponto, vou voltar ao título do artigo - Para que serve a Coordenação do Ensino Português na Califórnia? Bem, evidentemente, para coordenar. Mas o quê? E quem?
Sabemos que neste momento não existe uma rede formal de ensino português na Califórnia. Existem escolas públicas e privadas que, cada uma por seu lado, oferecem classes de português. Alguns desses programas contam já com uma história razoavelmente longa de existência, o que faz supor que têm intenção de continuar a sua actividade. Outros houve que entretanto fecharam as portas. Por conseguinte, a Coordenadora não vem para coordenar escolas, as quais são instituições totalmente independentes da tutela do Estado Português.
Do mesmo modo, ao contrário da maior parte das suas congéneres, esta Coordenação não tem pessoal docente ou administrativo sob a sua alçada. Toda a estrutura da Coordenação assenta sobre os ombros de uma só pessoa. Concluindo, a Coordenadora também não vem para coordenar professores e/ou funcionários, pois aqueles que actualmente exercem as suas funções no ensino dependem directamente das suas respectivas instituições, e só a elas têm de prestar contas.
Então o que vem cá fazer uma Coordenadora que parece não ter nada para coordenar? De que nos serve uma pessoa só? Podem acreditar que inicialmente também me coloquei essa questão, mas rapidamente me apercebi da oportunidade singular de estar numa posição em que posso usar as novas regras que regem o ensino português no estrangeiro (o quadro legal) para começar do princípio. Tal como disse acima, posso observar o que ficou para trás e ajudar a pensar como poderá vir a ser daqui para a frente. E mais ainda, começar por estabelecer uma parceria de trabalho com aqueles que cá estão e sabem muito mais do que eu.
O meu principal objectivo neste início de missão é contribuir para alinharmos ideias sobre o que queremos que seja o ensino português na Califórnia. Talvez melhor fosse dizer, realinhar as ideias, pois penso que elas têm andado muito dispersas, e creio também que muito esforço se tem perdido com questões como as de se saber se o Estado Português apoia ou não apoia as comunidades, se há política ou não há política de língua no estrangeiro. Ficamos assentes - há apoio (com os seus condicionalismos, obviamente) e há política (basta ler e interpretar os diplomas legais).
Sendo esta a nossa base de entendimento, avancemos. É da nossa inteira responsabilidade, tendo em conta o campo de possibilidades que se pode desenhar à nossa frente, criar e organizar aquilo que queremos ver apoiado.
Talvez já estejam a pensar que é um exagero da minha parte estar sempre a falar de leis. Será sinal de muita parra e pouca uva? Ora, eu não gosto mais de decretos e portarias do que a maior parte das pessoas, e se fosse possível entendermo-nos sem termos de ir buscá-los para apoiar as nossas acções, tanto melhor. Mas na verdade, no nosso tipo de sociedade, as coisas não se passam assim, pois a actividade individual deve ser orientada por regras que servem para todos.
Claro que essas regras podem e devem ser melhoradas e alteradas quando as realidades mudam, ou quando ficou provado que o caminho seguido anteriormente não dava bons resultados. Talvez seja esta uma das melhores qualidades do ser humano - está sempre a aprender e está sempre a tempo de emendar a mão. O problema pode colocar-se quando já existe um número considerável de emendas e é então necessário haver alguém que se disponha a voltar um pouco atrás, para que se entenda a forma como se pode traçar o caminho daí para a frente. Ou seja, alguém que ajude a traduzir o tal quadro legal - por vezes bastante confuso - em acções práticas de todos os dias.
Para ilustrar este ponto, vou voltar ao título do artigo - Para que serve a Coordenação do Ensino Português na Califórnia? Bem, evidentemente, para coordenar. Mas o quê? E quem?
Sabemos que neste momento não existe uma rede formal de ensino português na Califórnia. Existem escolas públicas e privadas que, cada uma por seu lado, oferecem classes de português. Alguns desses programas contam já com uma história razoavelmente longa de existência, o que faz supor que têm intenção de continuar a sua actividade. Outros houve que entretanto fecharam as portas. Por conseguinte, a Coordenadora não vem para coordenar escolas, as quais são instituições totalmente independentes da tutela do Estado Português.
Do mesmo modo, ao contrário da maior parte das suas congéneres, esta Coordenação não tem pessoal docente ou administrativo sob a sua alçada. Toda a estrutura da Coordenação assenta sobre os ombros de uma só pessoa. Concluindo, a Coordenadora também não vem para coordenar professores e/ou funcionários, pois aqueles que actualmente exercem as suas funções no ensino dependem directamente das suas respectivas instituições, e só a elas têm de prestar contas.
Então o que vem cá fazer uma Coordenadora que parece não ter nada para coordenar? De que nos serve uma pessoa só? Podem acreditar que inicialmente também me coloquei essa questão, mas rapidamente me apercebi da oportunidade singular de estar numa posição em que posso usar as novas regras que regem o ensino português no estrangeiro (o quadro legal) para começar do princípio. Tal como disse acima, posso observar o que ficou para trás e ajudar a pensar como poderá vir a ser daqui para a frente. E mais ainda, começar por estabelecer uma parceria de trabalho com aqueles que cá estão e sabem muito mais do que eu.
O meu principal objectivo neste início de missão é contribuir para alinharmos ideias sobre o que queremos que seja o ensino português na Califórnia. Talvez melhor fosse dizer, realinhar as ideias, pois penso que elas têm andado muito dispersas, e creio também que muito esforço se tem perdido com questões como as de se saber se o Estado Português apoia ou não apoia as comunidades, se há política ou não há política de língua no estrangeiro. Ficamos assentes - há apoio (com os seus condicionalismos, obviamente) e há política (basta ler e interpretar os diplomas legais).
Sendo esta a nossa base de entendimento, avancemos. É da nossa inteira responsabilidade, tendo em conta o campo de possibilidades que se pode desenhar à nossa frente, criar e organizar aquilo que queremos ver apoiado.
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